Doença de Parkinson

A Doença de Parkinson é uma doença cerebral em que a pessoa afetada vai perdendo o controlo dos movimentos do corpo ao longo do tempo.

A doença surge quando células nervosas, de uma região do cérebro chamada substância nigra, morrem. Para que o cérebro possa controlar os movimentos corporais é necessária uma substância chamada dopamina, que é produzida pelas células daquela região. Assim, a morte dessas células nervosas conduz a uma diminuição dos níveis de dopamina e isso leva a uma perda do controlo dos músculos, tanto em repouso como em atividade.

Esta doença é muito rara em idade jovem. Os sintomas surgem normalmente em pessoas que têm mais de 60 anos e a probabilidade de ter a doença aumenta com a idade, afetando cerca de 3% das pessoas com mais de 80 anos. Contudo, 5% dos casos de Parkinson surge antes dos 40 anos. A doença foi assim chamada em memória do médico James Parkinson que foi o primeiro a relatar os sintomas desta perturbação cerebral, em 1817.

Quais são as suas causas?
Não se sabe ao certo o que causa a morte das células nervosas da substância nigra. A doença parece ser causada por uma combinação de fatores como: casos de doença na família, envelhecimento e contacto com substâncias presentes no ambiente como pesticidas ou toxinas industriais.

Quais são os sintomas?
Os sintomas mais comuns da doença de Parkinson são:

– tremor em repouso;
-rigidez do tronco e dos membros;
-lentidão dos movimentos;
-alteração da postura e falta de equilíbrio.

Os sintomas começam lentamente e vão piorando com o tempo. Em muitos casos, o primeiro sintoma a aparecer é o tremor ligeiro de uma mão ou dos seus dedos. Com o avançar da doença o tremor espalha-se e pode afetar as extremidades de ambos os lados do corpo. Contudo, nem todos os doentes têm tremor, mesmo em fases mais avançadas da doença.

A rigidez e a lentidão dão a sensação de a pessoa ter os movimentos “presos”. Estes sintomas podem ser percebidos em várias tarefas do dia-a-dia como, por exemplo, escrever, fazer a barba ou preparar alimentos para cozinhar. Pode notar-se também que o rosto fica rígido, perdendo expressão, a voz soa mais baixa e a postura muda.

Quando a doença já está num estado mais avançado surge uma maior dificuldade em caminhar e os passos tornam-se mais pequenos e arrastados. Este agravamento e a falta de equilíbrio aumentam muito o risco de queda.

Podem ainda surgir outros sintomas como diminuição do olfato, alterações do sono e da memória, dor, prisão de ventre, alterações urinárias, dificuldade em mastigar e engolir e aumento do suor. A depressão e a ansiedade surgem com frequência nos doentes com Parkinson.

Como é feito o diagnóstico?
O diagnóstico é feito por um médico neurologista, com base na observação dos sintomas, sendo este mais difícil quando a pessoa não apresenta tremor. Não há nenhuma análise laboratorial ou exame de imagem (TAC ou Ressonância Magnética) que dê pistas para o diagnóstico da doença de Parkinson. Ainda assim o médico pode pedi-los para afastar a possibilidade de os sintomas poderem ter outra origem.

Como é feito o tratamento?
A doença de Parkinson não tem cura e não existe nenhum tratamento que possa travar o seu agravamento natural ao longo do tempo. No entanto, existem medicamentos que controlam os sintomas e que assim garantem uma melhor qualidade de vida.
Os medicamentos controlam os sintomas na medida em que ajudam a repor a ação da dopamina, que está em falta nestes doentes. A substância mais utilizada é a levodopa que é transformada em dopamina, no cérebro. Os outros medicamentos atuam impedindo que o organismo transforme a dopamina noutras substâncias ou imitando a sua ação. Dependendo do modo como o doente vai respondendo à medicação, podem ser necessários ajustes nas doses e substituição ou a associação de diferentes substâncias. A grande maioria destes medicamentos é tomada sob a forma de comprimidos.

A fisioterapia também pode ser útil para os doentes de Parkinson. O fisioterapeuta pode recomendar exercícios que melhorem a condição dos músculos e que ajudem a manter os movimentos e o equilíbrio.

Em casos mais avançados e muito particulares, o médico pode recomendar uma cirurgia que tem o nome de estimulação cerebral profunda.

Que medidas podem ajudar uma pessoa com Parkinson no seu dia-a-dia?
Existem medidas simples que podem ajudar a manter a independência e a qualidade de vida, e a prevenir acidentes, tais como:

-continuar a fazer o máximo de atividades diárias possível;
-fazer exercício físico orientado, de modo regular;
-substituir botões, fechos e atacadores por velcro nas roupas e no calçado;
-retirar tapetes;
-instalar barras de apoio na casa de banho e corrimãos nos corredores;
-preferir cadeiras com braços e não muito baixas para facilitar os atos de sentar e levantar;
-substituir lâminas por máquina de barbear;
-usar escova de dentes elétrica.

Os doentes e os cuidadores podem recorrer à Associação Portuguesa de Doentes de Parkinson para obter apoio, esclarecer dúvidas e consultar informação.

Bibliografia
https://parkinson.pt/
https://www.epda.eu.com/
https://www.nia.nih.gov/health/parkinsons-disease
https://www.ninds.nih.gov/Disorders/All-Disorders/Parkinsons-Disease-Information-Page